Já vimos anteriormente que nós, batistas, temos doutrinas em comum com cristãos de outras denominações. Por exemplo, cremos juntamente com outros evangélicos na triunidade divina, na humanidade e divindade de Cristo, na salvação pela graça mediante a fé, na volta de Cristo, e em alguns outros tópicos das doutrinas cristãs. Ou seja, temos um patrimônio teológico comum com outras igrejas cristãs. É possível, inclusive, ir além e afirmar que há Princípios Batistas em outras denominações. Como exemplo, temos a separação entre a Igreja e o Estado, e a aceitação das Escrituras como única regra de fé e prática.

Também é possível dizer que há Igrejas Batistas que abandonaram Princípios Batistas. Vale lembrar que quando um pastor ou uma diretoria decide pela igreja sem consultá-la em assembleia, já baniu a democracia eclesiástica, que é um dos Princípios Batistas. Isto para citar apenas um caso.

Por que insistir tanto nos Princípios Batistas como elemento direcionador em relação a outros cristãos? Por que insistir nessa marca registrada dos Batistas? Em primeiro lugar, historicamente os Batistas têm-se distinguido, desde sua origem, por esses princípios. Segundo, porque diante da multiplicidade de igrejas (e como há novas igrejas aparecendo a cada semana nas esquinas das cidades brasileiras), nós precisamos firmar nossas convicções num todo coerente. Há muitas igrejas com rótulo de cristãs que, apesar de afirmarem ser a Bíblia a única regra de fé e prática, aceitam outras fontes de revelação que determinam suas crenças e práticas. Aqui temos um exemplo de como um princípio precisa interferir na nossa prática. Nossos princípios não devem ser aceitos apenas na teoria, mas devem ser postos em prática. Se nós cremos que Jesus Cristo é o Senhor da igreja, como agir seguindo outros senhores?

As Igrejas Batistas hoje, juntamente com seus líderes, precisam entender que o abandono dos nossos princípios diluem a nossa identidade. E se algum dos princípios se perder, os demais serão afetados. Nossos princípios básicos são um todo que se sustenta. Por isso precisam ser divulgados e estudados pelos crentes e, principalmente, postos em prática. Na nossa abordagem dos Princípios Batistas, oito serão focalizados. Há autores que os enfocam de maneira diferente da que fazemos aqui. John Landers, por exemplo, acrescentou o princípio “O Espírito Santo em cada crente” no seu livro Teologia dos Princípios Batistas, fazendo frente ao ensino pentecostal do batismo no Espírito Santo como ato posterior à conversão.

Nós consideramos neste estudo os seguintes princípios batistas à luz das Escrituras e aplicados ao nosso dia-a-dia como indivíduos e como igrejas:

1. Princípio do Senhorio de Cristo;
2. Princípio da Autoridade da Bíblia;
3. Princípio da Igreja composta de membros regenerados e biblicamente batizados;
4. Princípio da Igreja como comunidade local, democrática e autônoma;
5. Princípio da Igreja separada do Estado;
6. Princípio da liberdade religiosa e de consciência;
7. Princípio da competência do indivíduo e sua responsabilidade diante de Deus;
8. Princípio da missão da Igreja no mundo.