Há três principais tipos de governo eclesiástico no mundo das igrejas históricas, são: Episcopal, Presbiteriano, e Congregacional. Mas, há um só tipo de governo eclesiástico correto. O governo da igreja que Jesus Cristo fundou é a forma Congregacional. Este é o único governo reconhecido no Novo Testamento para a igreja. Vamos examinar estes três tipos de governo na luz do Novo Testamento para que possamos entender melhor o que a Bíblia ensina.

O GOVERNO EPISCOPAL
Esta forma de governo é uma hierarquia. Esta hierarquia de Papas, Cardeais, Arcebispos e Bispos, governam a igreja toda. Estes oficiais são superiores aos padres e pastores das igrejas e só eles tem o poder (autoridade) e direito para consagrar e governar os padres e pastores e suas igrejas. Estes homens decidem tudo que acontece nas igrejas e estas como um todo não interferem com as decisões deles. Todas as igrejas e pastores são responsáveis aos oficiais superiores das igrejas. Jesus Cristo ensinou o contrário no Novo Testamento, (Lucas 9:46-48, Mateus 20:20-28).

O GOVERNO PRESBITERIANO
Esta forma de governo é só uma variação do governo episcopal. Ela reconhece dois tipos de líderes que governam a igreja toda; Pastores e Presbíteros. Estes homens formam o concílio da igreja local. O concílio faz todas as decisões e negócios da igreja: como receber, despedir, e excluir membros; o que a igreja faz com seus recursos financeiros; quem será o pastor. Se uma igreja não concordar com a decisão do concílio, pode apelar à instância superior da igreja. Após pode apelar ao Presbitério da igreja presbiteriana toda, após ao Sínodo, e após ao Supremo Concílio, que é a autoridade mais alta e final da igreja Presbiteriana. Cadê tudo isto na Bíblia? O Novo Testamento ensina que Pastores, Presbíteros, Bispos, e Anciãos são nomes diferentes pelo mesmo ofício da igreja, (Atos 20:17 e 28, Filipenses 1:1, Tito 1:5-7, I Pedro 5:13).

O Governo Congregacional e Independente é um desacordo irreconciliável com o Episcopado e o Presbiterianismo.

O GOVERNO CONGREGACIONAL
O governo da Igreja é atribuído aos membros da mesma, que tomam as decisões através de uma Assembléia Geral. Nesse modelo, todos os membros em comunhão possuem direito de voto sobre questões que vão desde a reforma da Igreja até a eleição da Diretoria.

Uma Igreja Batista genuína não tem o direito para fazer novas leis, nem anular os mandamentos de Cristo. Um pastor, nem igreja tem direito para mando sobre outra igreja ou pastorado desta segunda. Ela só tem direito para observar e obedecer os mandamentos e as leis (Bíblia) dados por Jesus Cristo – seu cabeça. Ela é governada pela Palavra de Deus através da congregação toda. Não existe poder (autoridade) eclesiástico mais alto do que ela, denominado Assembléia Geral como Órgão Máximo (membros).

Vamos notar a prova do governo congregacional e independente da igreja de Cristo no Novo Testamento.

1. A igreja (congregação toda) do Novo Testamento recebeu seus próprios membros. A comunidade toda da igreja em Roma foi mandada receber os novos convertidos, (Romanos 14:1). Também, a comunidade toda da igreja em Corinto recebeu de volta o homem incestuoso que se arrependeu do seu pecado, (II Coríntios 2:6-8).

2. A exclusão do homem incestuoso da igreja em Corinto foi feita pela votação (pela maioria) da igreja reunida, (I Coríntios 5:1-5, II Coríntios 2:6-8). Por isso, sabemos que o governo da igreja de Cristo é democrático e congregacional. Jesus Cristo mandou seu povo “dize-o à igreja” em Mateus 18:17, acerca da disciplina da sua igreja. Porque? Porque é a igreja toda que decide nestas coisas.

3. As igrejas do Novo Testamento escolheram seus próprios oficiais. Vamos ver!

Lucas indica que a igreja inteira participou na escolha de Matias para tomar o Apostolado ausente por Judas Iscariotes, (Atos 1:23-26). Esta igreja apresentou os candidatos, orou buscando a vontade de Deus, e escolheu Matias.

A igreja em Jerusalém escolheu seus diáconos, (Atos 6:1-6). Os Apóstolos não assumiram esta autoridade da igreja, mas a igreja toda assumiu esta obra e elegeu seus primeiros sete diáconos.

A igreja em Antioquia escolheu e mandou seus próprios missionários, Paulo e Barnabé, (Atos 13:1-4). Foi a igreja que fez isto e não uma estrutura de suporte piramidal. Só uma igreja local e visível tem a autoridade para escolher, consagrar, e mandar missionários. A consagração feita por uma missão ou convenção não é válida. Estes missionários eram responsáveis a sua própria igreja e não à uma missão nem convenção. A igreja em Jerusalém fez a mesma coisa, enviou Barnabé a Antioquia para organizar uma igreja pela autoridade da igreja em Jerusalém, (Atos 11:22).

As igrejas no livro dos Atos dos Apóstolos elegeram seus próprios pastores, (Atos 14:23). “Por comum consentimento” significa eleger pelo estender ou levantar a mão, (então, é fazer votação). Foi as igrejas que fizeram isto, os missionários, (Paulo e Barnabé), somente dirigiram as igrejas certamente.

As igrejas escolheram até os companheiros de Paulo nas suas viagens missionárias, (I Coríntios 16:3, II Coríntios 8:19 e 22, Atos 20:4).

4. A. H. Strong no seu livro (Teologia Sistemática) justamente observa nestes versículos (Romanos 12:6, I Coríntios 1:10, II Coríntios 13:11, Efésios 4:3, Filipenses 1:27, I Pedro 3:8) que eles “não são meros conselhos de submissão passiva, tais como poderiam ser dados sob uma hierarquia, ou aos membros da companhia de Jesus: são conselhos de cooperação e juízo harmonioso.”

5. Devemos notar também as exortações dadas no Novo Testamento de conservar a doutrina e prática puramente, (I Timóteo 3:15, Judas 3, Apocalipse 2 e 3). Elas não são dadas por um Bispo para seus pastores inferiores, mas elas são dadas por um Apóstolo para as igrejas e seus pastores. Não existe no Novo Testamento a organização eclesiástica maior do que uma Igreja Batista Local e visível.

6. Notamos que o mandamento para guardar as ordenanças certamente foi dado a Igreja Local e visível e não a hierarquia, nem missão, nem episcopado piramidal, (Mateus 28:16-20, I Coríntios 11:2, 23-24).

Concluímos que uma Igreja Batista é uma democracia pura que tem independência de todos os homens, hierarquias, missões, e convenções. Esta autoridade da igreja de Cristo não pode ser transferida para uma coisa maior do que ela. Ela tem um Cabeça (Jesus Cristo), uma constituição permanente e eterna (a Bíblia), e o Espírito Santo para guiá-la corretamente. Qualquer organização maior (que decide e manda o que a igreja faz) do que uma Igreja Local e visível está usurpando a autoridade dada a ela por Jesus Cristo.

OS OFICIAIS DA IGREJA DE CRISTO
Há dois, e somente dois, oficiais permanentes da Igreja do Senhor Jesus: Pastores e Diáconos. O Pastor é o oficial espiritual da igreja, e o Diácono é o servo da Igreja nas coisas temporais (materiais).

1) O Ofício do Pastor
Os três nomes para designar o ofício do Pastor no Novo Testamento são: Bispo, Presbítero (ou Ancião), e Pastor. Estes nomes são nomes diferentes para descrever o trabalho e dever pastoral. A palavra Pastor fala do dever pastoral de alimentar, proteger, defender, repreender, corrigir, e amar as ovelhas do rebanho. A palavra presbítero (ancião) fala do crescimento e experiência espiritual que um pastor tem que ter, quer dizer que ele não pode ser neófito (novato) nas coisas de Deus. A palavra bispo fala do trabalho pastoral em tomar o cuidado e superintendência da Igreja.

O Novo Testamento revela que estes três nomes falam do mesmo ofício da igreja. Atos 20:17 e 28 mostra que é a verdade, porque os anciãos do versículo 17 são os mesmos homens chamados bispos e pastores (apascentar) no versículo 28. Em I Pedro 5:1-2 indica a mesma verdade: os presbíteros são mandados apascentar (ser pastor) e ter cuidado (bispo) do rebanho. Além destes versículos deve estudar Efésios 4:11, Filipenses 1:1, I Timóteo 3:1-7, Tito 1:5-9, e Hebreus 13:7.

A Bíblia dá as qualificações do Pastor em I Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. Elas são obrigatórias e não opcionais. Uma igreja não deve nem tem direito para consagrar o homem não qualificado de ser Pastor e nem Diácono. Não é ser somente qualificado na hora da sua consagração, mas é preciso continuar sendo qualificado. Se chegar o dia que o Pastor consagrado não é mais qualificado de pastorear, deve ser removido (tirado) do ministério.

Os deveres do Pastor são o cuidado e guiamento do rebanho, o ensinamento da Palavra de Deus, e a administração das ordenanças.

2) O Ofício do Diácono
O Diácono é o servo da Igreja e auxiliador do Pastor. Este ofício começou em Atos 6:1-6 quando a Igreja em Jerusalém escolheu estes homens para aliviar os apóstolos do cuidado das coisas temporais da Igreja. Assim, os apóstolos puderam dedicá-los à Palavra de Deus e oração.

Encontramos as qualificações do Diácono em Atos 6:3 e I Timóteo 3:8-13. As qualificações do Diácono não são opcionais, mas obrigatórias também. Uma Igreja não deve consagrar ninguém ao ofício do diaconato nem permiti-lo continuar sendo Diácono que não é qualificado ou deixa de ser qualificado.

3) A Consagração dos Ofícios da Igreja
O Novo Testamento ensina que os oficiais da igreja devem ser consagrados aos seus próprios ofícios. A consagração dos oficiais da igreja significa que estas pessoas são separadas por Deus para este trabalho, e que a Igreja está aprovando e autorizando-as para executar seus próprios ofícios. A consagração do Novo Testamento foi acompanhada pela imposição de mãos. A imposição de mãos é o símbolo da chamada de Deus e da autoridade da Igreja. A boa prática de exame conciliatório e consagração ministerial fundamenta o governo eclesiástico Congregacional.

Os oficiais da Igreja tem um grande privilégio e uma alta responsabilidade de servir nosso Cristo Jesus.

Fonte:
-Portal oficial da Igreja Batista Central de Teixeira de Freitas – BA;
-Prof. Paulo Raposo Correia, é teólogo e engenheiro de telecomunicações.